Vazamento de dados preocupa empresas e usuários

Por Rafael Variz

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Apesar dos ótimos benefícios proporcionados pelo PIX – método de pagamento instantâneo do Banco Central – os cuidados de segurança de dados e nas transações para compra e transferência devem ser redobrados.

O Banco Central divulgou nos últimos dias que foi detectado um novo vazamento no final de janeiro, envolvendo informações de 2.112 chaves PIX ligadas a empresa de pagamentos eletrônicos LogBank.

Esse foi o segundo vazamento envolvendo o PIX em menos de dois meses, após dados do banco digital serem obtidos e divulgados ilegalmente – nesse caso, foram 160.147 chaves PIX vazadas.

Nessa última ocorrência, foram liberadas informações como nomes de usuários, CPFs, instituição de relacionamento e números da conta. Em nota, tanto o BC quanto a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), notificada após o caso, alegam que nenhum dado sensível foi divulgado e que, apesar da baixa quantidade de dados envolvidos, todos os princípios de transparência serão tomados nessa ocorrência.

Esses vazamentos compõem um cenário que vem aumento nos últimos tempos, que é a crescente de fraudes envolvendo e-commerce e transações digitais envolvendo PIX e cartão de crédito.

De acordo com o estudo “Mapa de Fraude” realizado pela empresa de soluções antifraude, ClearSale, as tentativas de atos criminosos como esses em 2021 aumentaram 74%. Foram analisadas mais de 375,5 milhões de transações de segmentos do e-commerce, telecomunicações e mercado financeiro. O rombo chega em torno de R$ 6,8 bilhões, 61% acima dos R$ 3,6 bilhões registrados em 2020.

A preferência dos usuários por fazer compras e transações online intensificou esses ataques e a tendência é que com o crescimento de um, infelizmente, pode aumentar o outro. Segundo a Neotrust, empresa de segurança e monitoramento online, o e-commerce brasileiro registrou faturamento recorde no ano passado – totalizando mais de R$ 161 bilhões com alta de 26,9% em comparação com 2020.

O que podemos observar é que, com a evolução das tecnologias e usuários utilizando cada vez mais meios digitais para realizar suas compras e transações, criminosos se aproveitam das fragilidades que os usuários deixam para trás, como inexperiência nos processos ou falta de segurança e proteção nos aplicativos e, do mesmo modo que as ferramentas tecnológicas crescem, essas quadrilhas também desenvolvem suas habilidades.

O estudo da ClearSale também mapeou as fragilidades que mais são aproveitadas pelos criminosos, e as compras com cartão de crédito foram os principais alvos. Bancos, financeiras, fintechs e administradoras de cartão de crédito passaram por quase 1 milhão de tentativas de fraudes – chegando em torno de 3,30% dos golpes envolvendo abertura de contas, emissão de cartões, PIX, empréstimo pessoal e CDC por meios digitais.

Apesar da conscientização da importância de proteger informações pessoas e leis que fazem vigilância sobre o tema (como a LGPD), o vazamento de dados é um grande problema para empresas e usuários, como podemos perceber pelo levantamento realizado pela Surfshark – empresa de serviços VPN com sede na Holanda – que aponta o Brasil no 6° lugar entre as 20 regiões do mundo mais atingidas pelo problema no passado.

A proteção e segurança de dados deve ser tratada como prioridade para que esses problemas se tornem cada vez menos frequentes. Empresas devem orientar os seus funcionários sobre os protocolos e meios mais seguros para tratar as informações sensíveis e sigilosas internas e de clientes. Além disso, investir em estratégias, planejamento de contenção de riscos e compreender como a área de TI da sua empresa funciona. Conhecer suas fraquezas e vantagens é de extrema importância para atingir eficiência e segurança interna e de mercado.

Para pessoas físicas, investir em proteção para aplicativos, manter senhas atualizadas e fortes, além de verificar a veracidade do local que está sendo realizado a compra, são de grande ajuda e podem diminuir consideravelmente os riscos de fraudes – aplicativos bancários também disponibilizam ferramentas para compras online, como o cartão digital que fornece dados que valem somente para 24 horas e trocam a cada vez que for realizada nova compra.

Para CEOs, CFOs e gestores conseguirem elevar a eficiência de seus negócios, conhecer as áreas de atuação de sua empresa é indispensável – especialmente a área de TI que movimenta as demais atividades e permite que todos os setores realizem suas demandas. Muitas empresas não possuem o conhecimento sobre como funciona a TI e acabam passando por riscos como esses citados ao longo do artigo.

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