Investidores à procura de energia Limpa e energytechs

Por Luiz Fleury, CFP®️

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O melhor aproveitamento energético e a utilização de fontes mais limpas e renováveis têm sido uma tendência impulsionada por novas tecnologias acessíveis, agenda ambiental, social e de governança corporativa (ESG), além de incentivos governamentais.

Pode-se citar a participação das energias renováveis (excluindo hidrelétricas) na geração global de energia, que em 2021 cresceu 15% impulsionada pela forte expansão da energia solar e eólica, atingindo quase 13% do mercado total de energia, superior à participação da energia nuclear (9,8%), segundo bp Statistical Review of World Energy 2022.

Empresas e clientes estão cada vez mais preocupados com os efeitos que o consumo excessivo pode trazer para o futuro, trazendo consciência para os seus processos e produtos. Além de players do setor, algumas empresas que almejam reduzir custos de eletricidade, compensar suas emissões de carbono e reduzir o risco de seus negócios relacionados à volatilidade do mercado de energia, estão procurando ativos no setor. No mercado financeiro, financiadores e investidores têm valorizado investimentos em energias renováveis devido à previsibilidade nesse tipo de investimento e o retorno esperado nessa modalidade de negócio.

O Brasil se destaca globalmente com um dos principais players de energia limpa devido à geração hídrica com 60,2% da capacidade instalada, mas também, têm se tornado um importante player em fontes Eólica e Solar com aproximadamente 14%, conforme Balanço Energético Nacional 2022.

A preocupação com o consumo de energia, água, descarte de materiais, lixos, entre outros, fazem com que discussões sobre o uso de fontes de energia renovável e limpa criem possibilidades para novos negócios no mercado através de investimentos relevantes em fazendas de geração renovável, mas também, em novas frentes através de energytechs com tecnologias para melhorar eficiência energética, automatização de processos para tomadas de decisão, interoperabilidade de objetos “inteligentes” com sensores, inteligência artificial e analytics, soluções tecnológicas para melhorias no armazenamento de baterias e desenvolvimento do mercado de negociação de energia.

Dentre os negócios, recentemente vimos uma tendência global positiva no setor como um todo, como o segmento de geração distribuída (GD) que a IHS Markit espera um crescimento global de 20% em 2022 e as criações de startups no setor (as energytechs). A Tracxn – empresa global de mapeamento de dados – analisou que em 2020 as energytechs receberam mais de US$ 34 bilhões em investimento e até quase o final de 2021, já tinha passado de US$ 21,4 bilhões.

No Brasil, o mercado de investidores deve se expandir em projetos com players do setor, como já aconteceu nos EUA em que novos participantes como empresas de tecnologia, varejo, telecomunicações, farmacêutico, estão surgindo em maior número com metas próprias de energia renovável. Recentemente vimos M&As de siderúrgicas entrando no mercado de energia, private equities investindo em geração solar eólica, empresas do setor aumentando as apostas em renováveis, bancos financiando projetos e venture capital procurando oportunidades.

Tudo indica que teremos investimentos expressivos para os próximos anos para suportar a demanda energética, e que negócios inovadores, tecnológicos e que pensem no futuro de seus consumidores e de toda a sociedade continuarão evoluindo positivamente.