Relatório OCDE: Brasil segue entre as maiores inflações do mundo

Por Marcelo Fonseca

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A inflação não é somente um problema nacional. Diversos países enfrentam a alta dos preços, mesmo os desenvolvidos, que não costumam com essa mazela. O enfrentamento ao problema segue o cardápio do aperto monetário, com bancos centrais elevando as taxas de juros – processo no qual o banco central brasileiro saiu na frente de seus pares.  Novo relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) captura a inflação global que encontra explicação nos choques de oferta causados pela pandemia da Covid-19 e mais recentemente pela eclosão da guerra na Ucrânia.

Além dos problemas e gargalos com a oferta a alta dos preços, também foi turbinada pelo aumento dos gastos dos governos em resposta às dificuldades causadas pela pandemia.

De acordo com as informações, a inflação brasileira segue entre as maiores do mundo, ficando acima da média das grandes economias. Entre o G20, o Brasil está atrás somente da Turquia, Argentina e Rússia, a inflação média do grupo durante 12 meses atingiu 8,8% em maio, enquanto o nosso país apresenta 11,7%.

Por aqui o Banco Central já informou que a meta de inflação estipulada para 2022 será descumprida pelo segundo ano consecutivo, uma vez que para trazer a inflação do patamar em que se encontra para a meta estabelecida seria necessária uma contração colossal da atividade econômica.

Como já abordamos, para tentar conter os preços, o BC vem elevando as taxas, e em junho, teve o maior aumento de juros desde 2016, com a instituição aumentando a taxa básica de juros para 13,25% ao ano. O Branco Central também anunciou que a Selic ficará alta por um período maior.

Para 2023, a meta foi fixada em 3,25%, considerando cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. Contudo, ainda é muito cedo para termos uma noção sobre o que esperar para o próximo ao, entretanto a alta taxa de juros (Selic) deverá impactar negativamente a atividade econômica do próximo ano.  

Inflação global

O relatório da OCDE também aponta que no grupo dos países do G7, a taxa anualizada avançou para 7,5% em maio, no mês anterior estava em 7,1%. Além disso, entre os 38 países presentes na OCDE, a inflação dos últimos 12 meses atingiu a marca de 9,6% no quinto mês do ano, alcançando o maio patamar desde agosto de 1988 e com 10 países apresentando taxas de dois dígitos no ano.

O desafio global será o de conter a alta dos preços sem que este processo se transforme em recessão generalizada. A aguardar.