Por Marcelo Fonseca

Impactos da segunda onda

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Passadas as eleições municipais o Estado de São Paulo anunciou a retorno à fase amarela do plano de flexibilização da quarentena. O Distrito Federal e o estado do Rio Grande do Sul também restringiram horário de funcionamento do comércio e a capacidade de frequentadores de bares e restaurantes. As medidas estão sendo tomadas como resposta ao recrudescimento da pandemia que já lota CTI´s por todo o país. A notícia de uma “segunda onda” é muito ruim sob o ponto de vista sanitário e trará consequências para a já combalida atividade econômica.

Para os comerciantes, que sobreviveram à primeira onda, a retomada das medidas restritivas não poderia vir em pior hora. Dezembro é o mês em que os trabalhadores recebem o 13º salário e o comércio como um todo se beneficia do maior volume de recursos em poder das famílias. As vendas de natal poderão sofrer impacto não desprezível caso a doença siga recrudescendo.

Outra questão a ser enfrentada é a relacionada ao fim do auxílio emergencial concedido pelo governo federal. Como será tratada eventual parada na economia? O governo estenderá o auxílio? Como ficará a dívida pública caso ingressemos em uma duradoura “segunda onda”? Ainda não foi apresentado a sociedade um plano para reequilibrar as contas públicas, espera-se ansiosamente que o Ministério da Economia apresente soluções sustentáveis visando dar credibilidade e capacidade do governo de pagar sua dívida.

A agenda das reformas, que ajudariam no esforço fiscal, segue parada. Infelizmente ainda convivemos com um número inacreditável de perdas humanas e com os sobressaltos da economia.

Só haverá visibilidade razoável sobre o futuro quando iniciarmos o programa de vacinação em massa da população. Espera-se que o setor público possa articular-se neste esforço de suma importância para a sociedade.

Marcelo Fonseca é sócio e economista da HLB Brasil