Onde estabelecer o seu negócio depois da pandemia ─ Uma grande metrópole?
Por Madeleine Blankenstein
As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro atraem anualmente grandes movimentações de pessoas através de eventos como carnaval de rua, parada gay, shows, eventos esportivos, entre outros.
Porém, com o novo coronavírus, estas festividades tiveram suas organizações ameaçadas e, como elas são um grande incentivo para a economia e mercado, podem se tornar uma ameaça para a difusão econômica dos grandes centros.
Estando em confinamento, a produtividade das lideranças das empresas aumenta, pois não existe perda de tempo com o deslocamento para reuniões em pontos mais distantes das cidades. Além disso, muitos profissionais preferem a vida mais pacata do interior para se estabelecer, o gasto com transporte de mercadorias é mais eficiente e menos oneroso. Mesmo antes da pandemia conhecemos muitos profissionais que não trocavam por nada a vida no interior pelas grandes cidades.
Investidores internacionais preferiam até agora se estabelecer nos grandes centros, visando a localização principal de seus consumidores, entretanto, uma das lições que podemos tirar da pandemia, é a de que as pessoas em casa demandam por mais serviços, como por exemplo, compras online ou delivery de comidas, o que possibilita para as empresas fora destes centros, conseguir uma melhor introdução no mercado.
A Preocupação com o nicho já não é uma condição relevante, pois os consumidores ─ principalmente de classe média e alta ─ estão espalhados pela imensidão do território brasileiro, sendo nos grandes centros ou em locais mais retirados. Podemos perceber a comprovação dessa percepção através de uma perspectiva mundial com o esvaziamento da cidade de Nova York, nos Estados Unidos, considerada a maior cidade do mundo.
O que se faz absolutamente necessário aqui no Brasil, é o investimento na infraestrutura tanto de transportes, como da distribuição e escoamento de produtos à nível regional e internacional. E naturalmente, muito investimento em tecnologia para conectar produtores, consumidores, empregadores e empregados.
A transparência e o cumprimento de melhores práticas de governança, aumenta a sua importância, pois o investidor internacional estará atento ao desenvolvimento de novos mercados e novas oportunidades fora dos grandes centros urbanos, mas ao mesmo tempo, estará cauteloso pela falta de liquidez no mercado internacional e a necessidade de tomar decisões certeiras.
Madeleine Blankenstein é sócia de relações institucionais da HLB Brasil.